Universidade Aberta do Brasil – UAB/UnB
Instituto de Artes
Departamento de Artes Visuais
Licenciatura em Artes Visuais
Estágio Supervisionado 2
Professoras Autoras: Rosana de Castro
Professora Tutora: Maysa Santana Xavier Costa
Discente: Monalisa Hipoliti Silva Matrícula: 08/75279
Atividade da Semana 6 – Projeto de pesquisa: Trabalhando tintas
v Tema: Trabalhando tintas: História, pigmentos, composição e produção
v Público Alvo: Alunos do 1º ao 3º ano do Ensino Médio
Introdução –
Esse projeto aborda o tema Trabalhando tintas: História, pigmentos, composição e produção. Trataremos esse tema devido a importância dele em nossas vidas, e como o ensino de artes hoje está muito voltado para teoria é interessante os alunos verem o outro lado da arte. Como ela esta presente a milhares de anos na vida do homem, como podemos extrair da natureza nossos próprios objetos de trabalho, como fazer a matéria prima virar produto final.
É um trabalho que visa buscar na história e no contexto atual a importância dos pigmentos e como consequência as tintas, através de aulas contextualizadas, dinâmicas e interdisciplinares, além disso haverá trabalho campo, pesquisas e aulas no laboratório de química entre outras coisas. Segundo os PCNs nós professores devemos usar da interdisciplinaridade, pois assim se torna mais interessante e mostramos que os conteúdos não são individuais.
Justifica-se abordar o tema, por abrir um lêque de opções, onde serão abordados conteúdos de artes, química, biologia e história, é um tema que nos dá uma visão histórica de descobertas, assim o aluno poderá trazer para a aula seus conhecimentos adquiridos em uma aula de História, podemos trabalhar aglutinantes, solventes que envolve química, pigmentos com biologia e geologia e muitos outros assuntos.
v Objetivo Geral – Fazer com que os alunos saibam como são preparadas as tintas, de onde são extraído e como são extraídos os pigmentos para prepará-las, como é simples preparar sua própria tinta, tingir um tecido e ver o quanto o conteúdo de artes está presente em seu dia-a-dia e como seu aprendizado poderá auxiliar durante toda sua vida.
v Objetivos específicos –
- Explorar os diferentes tipos de pigmentos: Minerais, vegetais e animais, como extraí-los, onde são encontrados.
- Quais as composições das tintas e como fazer sua própria tinta.
- Mostrar como são criadas as cores.
v Conteúdo de estudo -
- Os diferentes tipos de pigmentos: Minerais, vegetais e animais;
- Cores primárias: cromatografia;
- Extração de pigmentos naturais;
- Como preparar alguns pigmentos inorgânicos;
- Como eram tingidos os tecidos;
- Composição das tintas;
- Fazendo tintas: acrílica, têmpera ovo, guache e aquarela.
Aula 1 - Cor e Pigmentos
Ø Público Alvo: Alunos do 1º ao 3º ano do Ensino Médio
Ø Carga horária: 3 h/aulas
Introdução
Segundo Cruz (2004) desde há 30 mil anos o homem vive a procura desses compostos que chamamos pigmentos para produzir tintas para pintar tetos e paredes das cavernas, a pele ou tingirmos tecidos. Podemos classificar os pigmentos em mineral, animal e vegetal dependendo da sua origem. O ocre vermelho (mineral) e o carvão (vegetal) foram utilizados pelo homem primitivo em pinturas rupestres. O índigo (vegetal) é extraído da planta com o mesmo nome e é utilizado para tingir tecidos originando uma cor azulada tipo “jeans”. Segundo Mateus (2003) o cochineal (animal) é um pigmento dispendioso que se obtém de um inseto. Trata-se de uma cochonilha do México, parasita dos cactos Opuntia, que produz a substância ácido carmínico para se defender dos predadores. Produz uma cor vermelho extremamente procurado na época e sua extração virou segredo de estado e a cochonilha se transformou em um dos produtos mais valiosos a saírem da América, só perdendo para o ouro e a prata. No Brasil, a extração do pau-brasil, do qual se obtinha um corante vermelho usado para se tingirem roupas, foi tão extensa e rápida a ponto de quase extinguir a árvore completamente.
O pigmento é o que dá cor a tudo o que é material. Eles são materiais que se apresentam na forma de pó muito fino e as partículas que os constituem são mantidas unidas por ação de um aglutinante (por exemplo, água com cola, óleo ou ovo). Em tudo há pigmento, as folhas da plantas são verdes por terem clorofila, a terra tem cores diferentes em cada região por apresentar composição mineral diferente, e cada mineral tem um pigmento com sua cor própria: o óxido de ferro pode ser amarelo ou vermelho, o de cobre é verde, o de manganês é marrom, o de cobalto é azul, etc. Até a nossa pele tem pigmentos, como a melanina que dá a cor da pele de cada um de nós. Como vimos podemos extrair da natureza diferentes tipos de pigmentos para diversos fins.
Os pigmentos conhecidos como minerais são aqueles derivados de minerais naturais do solo e podem incluir misturas complexas e agregados, como terras e argilas. Como exemplo de pigmentos minerais pode-se citar os derivados do ouro-pigmento (ou orpiment, um sulfeto de arsênio amarelo) e o lápis-lazuli, que é obtido do mineral lápis-lazuli, uma pedra semi-preciosa. Os pigmentos minerais naturais são muitas vezes caracterizados por sua aspereza e largas distribuições de tamanhos de partículas, e também, pela presença de impurezas. Estas podem conferir certas qualidades desejáveis de textura, devido a diferenças na granulometria, e de tonalidade nas superfícies pintadas, se provenientes de locais diferentes, não alcançáveis com os pigmentos artificiais.
Ø Procedimentos metodológicos
Atividade 1- Perguntas para analisar os conhecimentos prévios dos alunos (antes da introdução da aula)
- O que você entende por pigmento?
- Quais você conhece?
- Quais os tipos de pigmentos que vocês conhecem?
- Onde podemos encontrá-los?
- Como você imagina que são obtidos?
- Corante é um pigmento?
Atividade 2- Pesquisando os diferentes tipos de pigmentos da sua região
Nessa atividade os alunos deverão ser divididos em grupos para encontrar pigmentos característico da sua região ou cidade. A atividade deverá ser feita em casa, após o termino da pesquisa deverá ser feito uma tabela com o nome do pigmento e sua origem, cada grupo deverá mostrar em sala os resultados obtidos na pesquisa.
AVALIAÇÃO: Tempestade cerebral (Avaliação retirada do livro: Processos de ensinagem na universidade: pressupostos para as estratégias de trabalho em sala. Autor: Anastaciou).
Serão feitas, aos alunos, perguntas relacionadas a aula (para que escrevam com suas palavras) onde eles deverão em uma folha expressar em palavras ou frases curtas as idéias sugeridas pela questão proposta.
O objetivo dessa avaliação é estimular a geração de novas idéias de forma espontânea e natural, fazendo com que a imaginação e criatividade dos alunos sejam o resultado principal, ou seja, não haverá respostas certas ou erradas.
Perguntas para avaliação:
1 – Pigmento
2 – Corante
3 – Pigmento Mineral
4 – Pigmento Vegetal
5 –Pigmento Animal
6 – Pigmento de fácil acesso
7 – Tinta
Aula 2- Cromatografia: Desmisturando as tintas
Público Alvo: Alunos do 1º ao 3º ano do Ensino Médio
Carga horária: 3 h/aulas
Introdução
Um dos problemas que continuamente desafiam os bioquímicos é a separação e a purificação de um ou mais compostos de uma mistura complexa. Um dos mais convenientes métodos para realizar tal separação é o uso de técnicas cromatográficas. Tais técnicas podem ser usadas para a separação de grandes quantidades (diversas gramas) ou pequenas quantidades (picogramas) de material. Há uma grande variedade de técnicas modernas, tanto analíticas quanto preparativas, são denominadas de cromatografia. O que elas possuem em comum é a propriedade de fracionar uma mistura complexa de substâncias usando a diferença de características química entre os componentes da misturas, o que faz com que eles interajam diferencialmente com uma fase estacionária e com uma fase móvel.
A cromatografia é uma técnica poderosa de separação de materiais que fornece informações quantitativas e qualitativas. Como exemplos a serem dados, graças a essa técnica, é possível imitar as essências florais com o estabelecimento das identidades e quantidades relativas dos componentes de uma fragrância; comparar amostras de fluidos, detectar drogas, testar a qualidade dos produtos.
O colorido das tintas se obtém, geralmente, de pigmentos colhidos de terras raras. As tintas coloridas usadas em canetas são obtidas por convenientes misturas desses pigmentos dissolvidos em solventes próprios, sendo que a cor obtida é o resultado visual dessa composição de pigmentos coloridos. Tais tintas, de modo geral, são insolúveis em água, mas solúveis em álcool. É a solubilidade dessas tintas (pigmentos) em álcool que utilizaremos nesse experimento.
Ø Procedimentos metodológicos
ATIVIDADE 1: Perguntas para analisar os conhecimentos prévios dos alunos
- Como são criadas tantas cores diferentes?
- Há alguma forma de separar as cores de uma tinta?
- Vocês acham que nessa caneta hidrocor preta contém tinta preta mesmo?
- A tinta é solúvel ou insolúvel?
- Quais são as cores primárias?
- Quais as cores secundárias?
Atividade 2 : Experimento ( Os experimentos abaixo foram retirados do livro: Química na Cabeça)
Material:
Copo ou frasco de boca larga, Filtro de café, Canetas hidrográficas coloridas, Água, Álcool e pregador.
Procedimento:
Corte o filtro de café em várias tiras. Você pode usar outros tipos de papel, desde que ele seja absorvente e resistente quando molhado. Em cada uma das tiras marque um ponto com uma caneta diferente, aproximadamente a 1 cm de uma das pontas da tira. Coloque mais ou menos 0,5 cm de água no copo ou no frasco. Mergulhe a ponta da tira de papel de filtro que você marcou com a caneta na água, de modo que o nível da água não alcance a tinta. Prenda a outra ponta da tira de papel com um pregador. Faça o mesmo procedimento com o álcool.
Atividade 3: Experimento 2
Logo após pedirei a eles que se dividam em grupos de 5 alunos e entregarei três giz brancos e 3 cores diferentes de canetas hidrográficas para cada grupo e pedirei para que façam um riscos de uma cor em cada giz e coloquem dentro de um copinho de água descartável com álcool. Este é um experimento fácil de cromatografia para demonstração da desmisturação de cores que existe em cada cor.
Discussão:
- O que acontece com a água no copo quando se coloca o papel de filtro?
- E com o álcool?
- E quando a água alcança a tinta no papel?
- E quando o álcool alcança a tinta no papel?
- Qual solvente desmisturou melhor as cores?
- Na sua opnião qual experimento funciona melhor?
Avaliação: Relatório
Os alunos deverão entregar o resultado das duas cromatografias, descrevendo quais as cores ele utilizou e em cada cor quais as cores pareceram e qual apareceu em maior quantidade.
Aula 3: Extraindo pigmentos naturais e tingindo fibras
Público Alvo: Alunos do 1º ao 3º ano do Ensino Médio
Carga horária: 4 h/aulas
Introdução
Ao falarmos de pigmentos não podemos deixar de mostrar aos alunos como era extraído e como pode ser extraído os pigmentos naturais, portanto iremos até ao laboratório para tingir tecidos através de corantes naturais para que os alunos vejam como era o tingido as roupas no passado e como é podemos extrair alguns pigmentos. Nessa atividade iremos utilizar cascas de cebola, chá preto, flores coloridas, café, amoras e jabuticabas.
Os corante naturais eram os únicos disponíveis até o século 19, quando os primeiros corantes foram preparados em laboratório e depois em indústrias. Hoje em dia nem pensamos a respeito quando escolhemos uma roupa colorida, mas há 150 anos atrás a moda era limitada a apenas algumas cores, obtidas de plantas, animais ou minerais. Algumas cores eram tão difíceis de serem obtidas que apenas a realeza podia usar roupas destas cores.
A terra é um pigmento mineral que pode nos oferecer vários tons de cores. Existe uma grande variedade de terra: mais fina, mais grossa, com diversas tonalidades. Ao utilizar terra em uma atividade, deve-se observar se ela está soltando muita poeira. Para verificar isso pode-se envolvê-la com um pano para, em seguida, bater nele com um sapato ou martelo. Pode-se também peneirar a terra, deixando-a sem grãos nem sujeira. Quando for utilizar a terra como pigmento, você deve decantá-la. Coloque a terra recolhida em uma vasilha com água e espere um dia: os grãos mais pesados irão para o fundo, enquanto os mais leves ficarão na superfície. Recolha esses grãos por camadas, colocando-os para secar em um prato. Eles servirão como pigmentos para colorir a tinta. Folhas, raízes, flores e cascas são corantes vegetais, que devem ser fervidos em água por cerca de 50 minutos. Deixando-os esfriar, pode-se verificar que o líquido obtido é capaz de manchar uma superfície. Alguns exemplos: Amarelo ou laranja: casca de cebola, cravo-de-defunto, girassol. Vermelho: serragem vermelha, jabuticaba, casca de nogueira. Verde: folhas de cenoura, erva-mate, loureiro.Preto: carvão.
Ø Procedimentos metodológicos
ATIVIDADE 1 : Perguntas para analisar os conhecimentos prévios dos alunos
- Como as roupas que usamos adquirem cor?
- Como a cor fixada no tecido resiste às lavagens?
- Você já extraiu algum pigmento natural?
- Vocês imaginam como funciona essa extração?
Atividade 2 - Experimento
A sala será separada em 3 grupos cada grupo fará o experimento com dois pigmentos diferentes.
Materiais:
Pedaços de tecidos brancos diversos, Alúmem (sulfato de alumínio e potássio hidratado), copinho descartável de café, panelas velhas, flores coloridas, cascas de cebola amarela ou roxa, chá preto, café, amoras, jabuticabas ou outras frutas coloridas.
Procedimentos:
- Flores: corte as pétalas de pelo menos duas flores em pedaços pequenos e adicione a uma pequena quantidade de água ( 20 mL ). Aqueça a água até a ebulição . Corte dois pequenos quadrados de um tecido de algodão branco. Molhe um dos quadrados de tecido de algodão e mergulhe-os no banho de corante que você preparou (E quando entra o outro pedaço de tecido?) Leve novamente o banho à ebulição por cerca de um minuto. Retire os dois pedaços de tecido do banho, escorrendo bem o excesso de líquido de volta à solução. Coloque os tecidos para secar em um papel toalha. Prepare uma solução de alúmen em água dissovendo meio copinho para café em um copo de água. Coloque o segundo pedaço de tecido de algodão na solução de alúmen por 3 min. Após esse tempo, escorra bem o excesso de líquido e coloque os tecidos no banho de corante. Leve o banho à ebulição por um minuto e novamente retire o excesso de corante e deixe o material tingido secar ao ar, ao abrigo do sol.
- Cascas de cebola: Retire a casca de uma cebola média (parte colorida que parece com papel) e quebre-a em pedaços pequenos. Coloque os pedaços em um pouco de água (de 20 mL) e aqueça até a ebulição. Repita os passos do procedimento anterior para dois quadrados de pano. Um dos quadrados é tingido diretamente e o outro é primeiro mergulhado na solução de alúmen.
- Chá preto: Prepare um chá bem forte (um saquinho em dois copos de água). Molhe o tecido em água e coloque-o no chá por alguns minutos. Repita os passos do procedimento anterior para dois quadrados de pano. Um dos quadrados é tingido diretamente e o outro é primeiro mergulhado na solução de alúmen.
Atividade 3- Discussão
- Como a cor fixada no tecido resiste às lavagens?
- Por que mergulhamos o tecido na solução de alúmen?
Avaliação – Relatório
Cada grupo deverá apresentar um relatório sobre tudo o que foi feito no laboratório.
Aula 4: Pigmentos inorgânicos
Público Alvo: Alunos do 1º ao 3º ano do Ensino Médio
Carga horária: 4 h/aulas
Introdução
A cor provoca os sentidos das pessoas. No caso da tinta, os pigmentos são os responsáveis por essa atividade, ou seja, para sensibilizar e chamar a atenção do consumidor, já que conferem cor ao sistema. São compostos químicos, em sua maioria sintéticos e derivados do petróleo. Sua função é, fundamentalmente, colorir e embelezar o acabamento de proteção de uma superfície. Entretanto, devido às suas características físico-químicas, muitos deles contribuem também para aumentar a proteção das tintas nas quais são aplicados.
Os grandes mestres da pintura preparavam suas próprias tintas, e tudo começa com o pigmento, que da a cor à tinta. Vamos preparar alguns pigmentos que usaremos na confecção de tintas. Vamos preparar diversos pigmentos de maneira semelhante, porém usando diferentes materiais e diferentes quantidades.
Ø Procedimentos metodológicos
Atividade 1 – Experiência
Observação a experiência deverá ser feita em duplas.
Materiais: Papel de filtro, funil, copinho descartável para café, palitos de sorvete, cloreto de cálcio, carbonato de sódio, ferrocianeto de potássio, sulfato de ferro III e amônio, cloreto de cobalto e carvão em pó.
Procedimentos:
Pigmento Branco
Coloque uma ponta de palito de sorvete de cloreto de cálcio em um copinho descartável para café. Acrescente meio copinho descartável para café de água. Misture com um palito de sorvete até que tudo tenha se dissolvido. Esta é a solução A . Em outro desses copos dissolva uma ponta de palito de sorvete de carbonato de sódio na mesma quantidade de água. Esta é a solução B. Misture as duas soluções e observe o que ocorre. Filtre o produto da reação, descartando o líquido que passou pelo papel de filtro e guardando o pigmento que ficou no papel de filtro. Deixe o papel de filtro secar bem ao ar.
Pigmento Azul
Solução A- uma ponta de palito de sorvete de sulfato de ferro III e amônio em meio copinho descartável para café de água.
Solução B- uma ponta de palito de sorvete de ferrocianeto de potássio em meio copinho descartável para café de água.
Pigmento Marrom
Solução A- uma ponta de palito de sorvete de sulfato de ferro III e amônio em meio copinho descartável para café de água.
Solução B – uma ponta de palito de sorvete de carbonato de sódio em meio copinho descartável para café de água.
Pigmento Preto
Use carvão moído até se obter um pó bem fino.
Pigmento verde azulado
Solução A - duas pontas de palito de sorvete de sulfato de cobre em meio copo de água. Adicione bicabornato de sódio ao poucos até que o borbulhamento pare.
Os precipitados obtidos serão usados como pigmentos para a próxima aula que será ensinado o como se pode fazer sua própria tinta.
Atividade 2 - Discussão
- Em cada caso realizamos uma reação química?
- Qual a diferença entre o corante e o pigmento?
Avaliação : Relatório
Cada dupla deverá apresentar um relatório sobre tudo o que foi feito no laboratório.
Aula 5: Preparando tintas
Público Alvo: Alunos do 1º ao 3º ano do Ensino Médio
Carga horária: 6 h/aulas
Tinta
A tinta é um líquido com pigmentos coloridos e aglutinantes solventes ou aditivos, capaz de se converter em uma membrana sólida e fina ao ser aplicada sobre superfícies como metal, madeira, pedra, papel, tecido, couro, plástico, entre outras. As tintas podem ser à base de água, óleo, betuminosas ou plásticas, e precisam de aglutinantes, que são substâncias que servem para ajudar na mistura e deixar a tinta colorida.
Aglutinante
O aglutinante funciona como uma cola, unindo as partículas dos pigmentos. Alguns exemplos são as resinas de árvores, a gema de ovo, o alho e até a cola plástica. Nas tintas à base de água, o aglutinante é solúvel em água, como o amido e a gelatina. As tintas prontas, como o guache, a aquarela e a cal, apresentam uma reação com o carbono do ar e se auto-aglutinam sem que nós percebamos visualmente. Nas tintas a óleo, o aglutinante é um óleo secativo, que pode ser de linhaça, de nozes, de papoula. As tintas plásticas têm aglutinantes sintéticos e são mais duradouras e resistentes.
Aquarela
As aquarelas são pigmentos que se dissolvem com facilidade na água e são fixados com goma-arábica ou resinas plásticas. Esses materiais fornecem mais luminosidade às cores, e muitos artistas usaram e abusaram da aquarela para expressar o espetáculo da natureza.
No começo do século 19, os pintores utilizavam pincéis feitos de pêlos de camelo e blocos de papel bem grossos, e saíam por aí. Isso mesmo: a aquarela seca assim que a água evapora, e os pintores podiam carregar suas obras para todo lado. Dissolvendo a tinta em um pincel cheio de água, eles criaram lindas paisagens. Seu brilho e transparência fizeram da aquarela uma técnica muito popular em todo o mundo.
Guache
Já a tinta guache é feita à base de água, goma-arábica e um tipo de pó colorido. A diferença da aquarela é que o guache tem em sua composição uma espécie de tinta branca, o que o torna mais opaco. Assim, o pintor pode trabalhar com cores escuras e tornar o quadro mais claro aplicando o guache, um processo impossível quando se usa aquarela.
Têmpera de Ovo
A têmpera é a tinta mais antiga que conhecemos. Os artistas pré-históricos do Período Paleolítico faziam misturas com água e pigmentos naturais, como óxidos minerais, carvão, vegetais, sangue de animais e ossos carbonizados, que costumavam ser misturados na gordura de animais mortos. Na Antiguidade, na Idade Média e no Renascimento italiano, a têmpera-ovo foi muito utilizada pelos artistas na produção de iluminuras medievais e pinturas sobre suportes de madeira.
A têmpera é uma mistura da gema de ovo com pigmento, formando uma tinta solúvel em água, mas relativamente resistente a sobrepinturas. A gema é o aglutinante, pois ela contém albumina e lecitina, respectivamente, um óleo não-secativo e um emulsificador. Depois de seca, suas cores mantêm-se muito próximas às do pigmento, não havendo muita interferência do medium, exceto pelo brilho característico quando a tinta é aplicada em diversas camadas. Além disso, as pinturas não se tornam amareladas com o tempo e não sofrem rachaduras tardias: se a pintura não rachou logo depois de seca, não rachará mais. O pigmento deve ser seco e em pó fino e o suporte deve ser rígido e pode ser papel, madeira (cedro) ou tela montada sobre suporte de madeira.
Tinta acrílica
A pintura com tinta acrílica é muito popular entre artistas iniciantes, por várias razões, entre elas, por se tratar de um material econômico, que se caracteriza pela rapidez do secado, porque pode ser diluída com água, e pode ser aplicado em diversos tipos de superfície. Sua base é a água, o que facilita o secado rápido, uma vez seca é resistente a água.
Ø Procedimentos metodológicos
Atividade 1- Perguntas para analisar os conhecimentos prévios dos alunos
- O que é tinta?
- Você sabe o que é um aglutinante?
- Qual a principal característica da tinta aquarela?
- Qual a principal característica da Têmpera de Ovo?
- Qual a principal característica da tinta guache?
- Qual a principal característica da tinta acrílica?
- E a diferença entre a tinta acrílica e a óleo?
Atividade 2 – Fazendo tintas
Vamos usar os pigmentos extraídos naturalmente na aula 3 e os preparados inôrganicos da aula 4.
Materiais
Palitos de sorvete
Copinho descartável de café
Conta gotas
Preparando o veículo
Chamamos de veículo o meio no qual o pigmento será disperso. O veículo terá uma grande importância no resultado final de uma pintura.
Aquarela
Materiais : Goma Arábica e Água
Dilua a goma arábica com água (uma parte de goma arábica com duas partes de água).
Têmpera de Ovo
Materiais: um ovo e água
Separe a clara da gema, com a clara você faz um chantily pra comer, para tinta use somente a gema a qual deve passar na peneira, para retirar aquela pele transparente que fica em volta. Coloque um volume de água em relação ao volume da gema que você separou e misture bem.
Guache
Materiais: Água e Goma Arábica
Dilua a goma arábica com água em banho maria mexendo sempre.
Tinta acrílica
Materiais: cola branca e água
O meio acrílico comercial está pronto para uso.
Preparando as tintas
Em um copinho descartável de café adicione um pouco de pigmento e de 5 a 10 gotas de um dos veículos. Mexa bem até obter uma mistura de aparência homogênea. Quanto mais você mexer e misturar o pigmento e o veículo, melhor ficará a sua tinta. Você pode colocar o pigmento e o veículo entre duas placas de vidro e, apertando e girando uma placa sobre a outra, triturar a mistura. Os pigmentos devem estar bem secos e na forma de um pó fino para se obter uma boa mistura com o meio acrílico.
Atividade 3 – Comparando as tintas
Faça uma pintura de cada tinta que você preparou em uma folha de papel, anotando qual foi o pigmento e o veículo que você usou. Compare como cada tinta flui, como cobre o papel, como a cor fica após o papel secar, etc. Mostre para a sala qual foi o resultado obtido.
Atividade 4 – Relatório
Cada aluno deverá entregar um relatório sobre tudo o que foi feito no preparo das tintas. Exemplos, quais pigmentos utilizados, os resultados foram satisfatórios com todos pigmentos, o que pode ter dado errado, qual tua opinião sobre a atividade.
Bibliografia –
CRUZ, A. J. OS PIGMENTOS NATURAIS UTILIZADOS EM PINTURA. Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, Campo Grande, 1749-01 6 Lisboa, Portugal, 2004. Disponível em: http://ciarte.no.sapo.pt/pub/textos/evora.pdf acessado em:16/04/2010.
MATEUS, A. L. Química na Cabeça: tingindo fibras. 1, ed. Belo Horizonte: UFMG, 2001.
MATEUS, A. L. Química na Cabeça: preparando tintas. 1, ed. Belo Horizonte: UFMG, 2001.
MATEUS, A. L. Química na Cabeça: Pigmentos inorgânicos. 1, ed. Belo Horizonte: UFMG, 2001.
Disponível em: http://www.fazfacil.com.br/materiais/tintas.html acessado em: 16/04/2010.
Disponível em: http://www.projetospedagogicosdinamicos.kit.net acessado em: 24/04/2010.
FERREIRA, Idalina L. e CALDAS, Sarah P. Souza , Atividades na Pré-Escola, reformulada, 18a edição, Editora Saraiva, 1999.
VALADARES, Eduardo de C. Física mais que divertida. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2000.
ANASTACIOU, L. G. C.; ALVES, L. P. A. (Orgs). Processos de ensinagem na universidade: pressupostos para as estratégias de trabalho em aula. Joinville: Univelle, 2005.
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